A cirurgia bariátrica é um dos tratamentos da obesidade. Não é indicada para todos mas há casos é que é muito bem-vinda. O paciente que tem obesidade deve fazer acompanhamento clínico tanto para avaliação e tratamento das doenças que podem vir associadas à obesidade (como hipertensão, diabetes, colesterol alto, esteatose hepática, apnéia do sono, entre outras) como para a própria perda de peso. Reeducação alimentar, atividade física e muitas vezes o uso de medicações fazem parte do tratamento.

Se após um período de 2 anos de tratamento clínico, com o paciente comprometido em cuidar de sua saúde, não ocorrer a perda de peso necessária, pode ser indicada a cirurgia bariátrica. Uma das ferramentas usadas como critério de indicação da cirurgia bariátrica é o Índice de Massa Corpórea (IMC) que relaciona peso com altura.

Quando o paciente tem doenças associadas e IMC>35Kg/m2 ou IMC>40Kg/m2, a cirurgia bariátrica é uma opção de tratamento. A técnica cirúrgica a ser definida depende principalmente do peso e das comorbidades.

Existe ainda a chamada cirurgia metabólica, reservada para alguns casos de pacientes diabéticos tipo 2 com IMC entre 30-35Kg/m2. Só o endocrinologista pode avaliar a indicação desse tipo de tratamento. Em todos os casos, é necessário que o paciente passe por avaliação de nutricionista, psicólogo, endocrinologista e cirurgião bariátrico. Isso porque é necessário compreender a relação do paciente com a comida, mudar o comportamento alimentar antes mesmo da cirurgia e deixar o paciente ciente das implicações futuras do ponto de vista nutricional, psicológico e metabólico.

Vale lembrar que a cirurgia não é um tratamento definitivo da obesidade. A perda de peso costuma ocorrer nos 2 primeiros anos após a cirurgia mas depois disso pode haver reganho de peso. Isso pode ocorrer por abandono do foco do tratamento, por alterações emocionais, por novas doenças ou por alterações anatômicas no sítio cirúrgico. Portanto, o acompanhamento pós-cirúrgico é fundamental. Quando há reganho de peso após a bariátrica ainda é possível uso de medicações para controle do ganho de peso, sempre associado a um estilo de vida saudável.