Hoje o nosso assunto não vai ser endócrino. Considerando a pandemia que estamos enfrentando, e tantas dúvidas sobre exames e boatos sobre tratamento precoce para Covid-19 divulgados, vamos aos fatos!
Sobre os testes diagnósticos:
– RT-PCR: é padrão-ouro, ou seja, o melhor exame para detectar o vírus no organismo. É feito pelo teste do cotonete (swab de nasofaringe). Ainda assim, tem sensibilidade de 63%, ou seja, teste negativo não afasta a rara possibilidade da pessoa ter a doença sem saber, mas a especificidade é de 100%, ou seja, o resultado positivo é positivo mesmo. Existe o momento correto para coleta: entre o 2º e o 12º dia de sintomas.
– Sorologia: exame de sangue para detecção de anticorpos IgA, IgM ou IgG. Nos primeiros dias da infecção, ainda não deu tempo do organismo desenvolver anticorpos. IgA e IgM são os anticorpos de fase aguda, sendo que IgA é o primeiro a aparecer nesse tipo de exame (após 5 dias do início dos sintomas), seguido pelo IgM (pico após 9 dias de sintomas). Ambos podem dar positivo devido infecções por outros vírus ou por vacinação por Influenza. IgG surge após 2 semanas os sintomas e indica doença prévia por Covid-19. Assim, nos primeiros sete dias de sintomas, os exames podem dar negativos mesmo na presença de infecção ativa.
– Teste do antígeno: é o teste realizado por laboratórios e farmácias, por coleta de secreção nasal, que fica pronto rapidamente. É menos sensível que o RT-PCR e depende da carga viral do paciente. Assim, o tempo ideal para coleta é até o 5º dia da doença. Pacientes assintomáticos podem ter o exame positivo entre 1 e 3 dias antes do aparecimento dos sintomas, quando a carga viral já está maior.
– PCR-Lamp: realizado por meio da coleta de 2ml de saliva. A coleta é indicada nos primeiros 7 dias de sintomas. Antes ou depois disso, a concentração do vírus pode estar abaixo do limite de detecção do teste.
– Teste rápido: também é uma sorologia, por uma gota de sangue do dedo do paciente. Deve ser feito após 7 dias do início dos sintomas mas, a depender da marca do teste, há muita diferença em suas especificidades e sensibilidades.
Até o momento não há nenhuma medicação que tenha evidenciado eficácia e segurança para o tratamento do SARS-CoV-2. Tratamentos em estudos estão seguindo protocolos específicos mas não há um “kit covid” que deva ser prescrito ou tomado por conta própria no sentido de tratar precocemente ou de prevenir infecção pelo vírus.
Em resumo, o resultado dos testes sozinhos não são suficientes; é necessário somar os dados clínicos, exames de imagem e os testes diagnósticos ao conhecimento de um médico para melhor definição do quadro e conduta terapêutica.
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